Morte, não te orgulhes, embora alguns te provem
Poderosa, temível, pois não és assim.
Pobre morte: não poderás matar-me a mim,
E os que presumes que derrubaste, não morrem.
Se tuas imagens, sono e repouso, nos podem
Dar prazer, quem sabe mais nos darás? Enfim,
Descansar corpos, liberar almas, é ruim?
Por isso, cedo os melhores homens te escolhem.
És escrava do fado, de reis, do suicida;
Com guerras, veneno, doença hás de conviver;
Ópios e mágicas também têm teu poder
De fazer dormir. E te inflas envaidecida?
Após curto sono, acorda eterno o que jaz,
E a morte já não é; morte, tu morrerás.
John Donne
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“Cada vez que respiramos, afastamos a morte que nos ameaça.(…)No final, ela vence, pois desde o nascimento esse é o nosso destino e ela brinca um pouco com sua presa antes de comê-la. Mas continuamos vivendo com grande interesse e inquietação pelo maior tempo possível, da mesma forma que sopramos uma bolha de sabão até ficar bem grande, embora tenhamos absoluta certeza de que vai estourar.”
Schopenhaue
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O valor da perda
Talvez amanhã…quando você sonhar em me querer,eu ja tenha encontrado alguém que me queira.
Talvez quando precisar de mim…Eu ja tenha desistido de te ajudar.
Quem sabe quando você lembrar que eu exista,eu já esteja fora do seu alcance…E se por acaso…você queira me amar…talvez eu tenha transformado esse amor em amizade.
Talvez quando seus olhos sentirem falta de uma luz,e você quiser me ver,eu ja tenha encontrado alguém que me queira tanto quanto eu te quis.
E se depois de tudo isso você ainda não entendeu que eu sofri por você,esqueça tudo e se enquadre somente nestas três palavras…
“VOCÊ ME PERDEU….”
Evelin Gonçalves Portugal Agapito
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O Beijo
Guardo teu beijo, terno beijo, na memória.
No outono cinza, a despedida, último adeus,
como se foras sem deixar-me uma esperança
de reviver o teu carinho e os lábios teus!
Amargurando o teu partir, restou-me o beijo.
Sonho desfeito, nem as folhas esqueceram,
no farfalhar, de relembrá-lo nas canções,
brincando algures junto às brisas outonais!
As estações se sucederam desde então!
Alma constrita, olhar perdido no horizonte,
dei-me ao letargo dos impulsos lascivosos!
Trago a utopia de uma espera que me aturde!
Cedo o destino e a vida; ao tempo, entrego a morte,
mas na esperança de beijar-te uma outra vez!
Antonio Kleber